Figueira de Castelo Rodrigo paga lixo reutilizável em moeda local e transforma lixo em produtos mais sustentáveis
O Município de Figueira de Castelo Rodrigo foi financiado pelo Fundo Ambiental: Re-Educa, para criar um sistema de economia circular que recompensa a reutilização de desperdícios e a sua transformação em produtos de valor acrescentado, através da criação da moeda local - “Sustento” -, promovendo assim a adoção de práticas mais sustentáveis no uso eficiente e duradouro dos recursos. A iniciativa nasce dentro do projeto-piloto “Figueira Circular”, promovido pela Plataforma de Ciência Aberta e pelo Gabinete de Ambiente do Município de Figueira de Castelo Rodrigo, em colaboração com diversas entidades locais, como a “e.cos - Iniciativa Comunitária para a Sustentabilidade”.
No decorrer da implementação do projeto-piloto, os estudantes do Agrupamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo (e respectivas famílias) são incentivados e recompensados com a moeda “Sustento” a separar e a entregar na escola resíduos de plástico e de tecidos. Estes resíduos são depois transformados em produtos de maior duração e que vão ao encontro de necessidades identificadas pela comunidade local (por exemplo, sacos de compras, lancheiras, material escolar reciclado como réguas, cadernos reutilizáveis, estojos) - produtos “Sustento” -, promovendo um consumo mais eficiente e sustentável.
Os produtos “Sustento” são criados a partir de ferramentas de reciclagem e upcycling (reaproveitamento e reutilização) locais, como técnicas de fusão de plástico e de costura, impressão 3D, ou utilizando as máquinas desenvolvidas pelo projeto internacional Precious Plastic, que permitem transformar plástico em praticamente qualquer objeto, e que estarão disponíveis no edifício da Plataforma de Ciência Aberta, em Barca D’Alva, a partir do final de outubro.
Na Plataforma de Ciência Aberta serão desenvolvidas oficinas utilizando estas mesmas técnicas e ferramentas, que permitirão a qualquer visitante participar na criação dos produtos “Sustento”.
Através deste mecanismo de economia circular, as famílias aumentam assim o seu poder de compra, permitindo-lhes adquirir os produtos “Sustento” através da troca pela moeda “Sustento”. Consoante os resíduos entregues na escola, cada aluno receberá o montante correspondente em “Sustentos”, cujo valor varia de acordo com a quantidade e o tipo de resíduo entregue.
Os “Sustentos” poderão ainda ser utilizados como créditos no acesso ao ginásio ou a bilhetes de cinema, promovendo também hábitos culturais e sociais quotidianos mais saudáveis e sustentáveis.
Este projeto-piloto culminará em dezembro de 2019 com a realização de um Fórum de Economia Circular, com o qual se pretende criar uma rede de partilha de boas práticas, metodologias e conhecimento entre projetos a serem desenvolvidos em diferentes pontos do país e por diferentes tipos de entidades (Municípios, Freguesias, organizações não governamentais, grupos de cidadãos, institutos de investigação).